domingo, 30 de novembro de 2014

Aquele da semana ansiosa

Essa semana foi uma daquelas. A semana que está por vir será outra semana daquelas. E daquelas em potência ³. E eu nem sou boa em matemática, mas algo complicado em potência só pode dar em problema.

Lembro que saí da escola, e no dia da minha high school graduation chorei abraçada com os meus amigos porque a gente não ia mais se ver!!! 'Tava chegando ao fim!!!

Eu não podia estar mais errada.

A real é que meus amigos de hoje são basicamente os mesmos que chorei abraçada há quatro anos. Não nos vemos mais com a mesma frequência, mas posso quase afirmar que estamos lá quando o outro precisa.

Depois de um tempo percebi que a única coisa que ia sentir saudade da escola, em tese, seria da convivência com os meus amigos. Penso agora que menos convivência vale a pena, se a compensação é tempo mais bem aproveitado (afinal sair da escola significa começar a brincar de gente grande, e brincar de gente grande significa ganhar um dinheirinho e poder bancar as zueiras da vida™  ̶  e não tem nada que seja mais alegre do que uma boa zueira com os amigos).


Claro que hoje, quatro anos depois, percebo que sinto sim um pouco de saudade de outro aspecto da escola: era tão fácil. Era um saco, ter que ir lá, ver gente que você não gosta, estudar matéria que você não gosta e "jogar" futsal na aula de Educação Física. Mas era mais fácil. Quando olho pras minhas aulas de hoje, percebo que ainda tenho que ir ir lá, ver gente, muita gente, gente demais (!!!) enquanto ainda tenho que estudar coisa que não gosto ou não ligo sobre. Ao menos me abraço ao consolo de não ter mais que jogar futsal.

Hoje meus pais passaram o dia fora passeando com os parentes de outra cidade, e nem eu e nem minha irmã pudemos acompanhar. Ela não deve ligar, e pra ser sincera, eu nem ligo tanto, apesar de não me importar em dar uma passeadinha. A verdade é que não pudemos acompanhar porque eu tive que ficar estudando pra sair da faculdade e ela estudando pra poder entrar em uma.

Aí fiquei pensando: se time lords existem, quero saber quando as coisas vão ficar easy? Porque eu definitivamente poderia usar um fast forward pra esse futuro, se ele existir. É um estudar frenético pra entrar na faculdade, um estudar frenético pra poder sair. É um procurar frenético pra se dar bem na vida... E depois? Um arrependimento frenético se nada der certo? Se nada sair como o planejado? Se você acordar um dia e perceber que poderia ter tomado outro caminho e aproveitado mais? Se estressado menos? Será que tem gente que não se estressa tanto? Pensa tanto? Qual é a receita? EU QUERO!

Musiquinha pra acalmar os nervos

Eu já tive lá alguns tropeços no meio do caminho. Fiz uma péssima escolha de curso na faculdade e depois troquei. Engoli sapo e mais sapo em um trabalho que detestava. Aprendi, em ambos os casos, é claro. Mas fico com aquela sensação no estômago: será que valeu a pena? 

E fico com essa mesma sensação agora. A minha última semana quase me enterrou em ansiedade. Do tipo que pesa na gente, sabe? Que a gente sente mesmo no estômago, mas que se espalha por todo o corpo. E a antecipação dessa próxima semana não tá me passando vibe contrária não. 

E já que não tem fast forward, haja água de melissa!

Vem férias. Meu corpo está pronto.

De verdade. 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mockingjay p.1: FEELS

Vocês conhecem a Janice, né? Então, eu tô que nem ela tentando montar uma linha de raciocínio e tudo o que sai é: OH MY GOD.

Fui assistir a pré-estreia de Mockingjay às 00h01min de hoje. Como toda boa pré-estreia, é claro que deu uma atrasadinha por motivos de: bomboniere lotada. Mas nada impossível de relevar, afinal: MOCKINGJAY!!! PIPOCA!!! COCA-COLA!!! 

Entrei no cinema não querendo saber de trailer. Eu só queria escutar o assovio do tordo e digerir toda a primeira parte da adaptação do (pior, pra mim) livro da trilogia. 

E gente: DSKFHDSKFAIAFKLDSF. 

Eu saí feliz em The Hunger Games. Saí feliz em Catching Fire. E saí feliz em Mockingjay p. 1.

Queria que todas as adaptações fossem que nem essas. Que coisa bem maravilhosa.


A JLaw mais uma vez entregou o papel com maestria. Como sempre. Vocês já sabem. Dei risada dela tentando (e falhando miseravelmente) gravar o vídeo de dentro do Distrito 13. Sofri com ela quase sendo enforcada (que cena conturbada!!!!!!!!). Fiquei empolgada com ela destruindo coisas no Distrito 8. Enfim, acredito que todo mundo no cinema se emocionou de acordo com As Aventuras da Mocinha™.

O Josh Hutcherson ficou quase irreconhecível. Sério, gente. Ele parecia um viciado em crack. All thanks to efeitos visuais, pois esses, meus amigos, são tudo (tá, não tudo. Mas boa parte).  

Não dá pra deixar de falar, também, de Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman (R.I.P.), Sam Claflin (love da minha vida, queridão, coisa linda), Elizabeth Banks (Effie Trinket is better than you), Woody Harrelson, Natalie Dormer (CRESSIDA ♥)... Enfim, todo o cast que foi escolhido a dedo e é extremamente comprometido com o trabalho (a gente sente. A gente). 

As grandes ressalvas que a gente pode fazer pr'A Esperança p. 1 é que esse filme teve muito mais perspectiva que os dois anteriores. Nos anteriores pegávamos relances dos distritos e geralmente da Capitol, mas a maior parte ficava resumida pr'aquilo que acontecia dentro da arena.

Já nesse nós tivemos cenas dignas de forninho caindo (eu ainda não superei essa expressão): ainda tô empolgadíssima com a cena onde destroem a hidrelétrica, e a cena dos árvores/bombardeio. 

Também don't even get me started com as músicas. A transição da Katniss pro povo cantando "are you, are you, coming to the tree" foi espetacular. Chills everywhere. 

As únicas coisas que eu demorei mais pra aceitar foi a peruca da Jennifer, que em nenhum dos outros filmes ela tinha usado. E o Distrito 13, que eu imaginava completamente diferente. Mais branco, mais aberto, menos prisão. Mas até isso dá pra ignorar porque o filme, o pacote completo, foi muito bem entregue. 

Sinto que esse filme teve um apelo mais emocional, e apesar das ótimas cenas de cair o queixo, ele construiu o chão pra tudo o que vai acontecer no próximo. 

E eu juro, juro, juro pra vocês que eu mal posso esperar. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ontem e hoje

Em alguma música do Paramore existe a frase I'm a walking contradition. É um pouco feio, eu sei. Mas é um pouco lindo também. Se contradizer. Graças a R'hllor eu me contradigo quando colocada frente a frente com a Ana do passado. 

Fala sério, a Ana de cinco anos atrás achava que usar lápis de olho era algo que funcionava pra ela. Achava que ela podia escovar os cabelos (meus cabelos quando não encontram um secador e uma chapinha, só encontram escova depois do banho). Ela sentia ciúmes de coisas que nem eram dela (sim. Bandas. Que vergonha). 

A Ana de uns tempos atrás achava que não podia escutar de tudo. Olha que desperdício! Hoje ela preenche o tempo musical com muita cantoria eclética de chuveiro: The Smiths, Kanye West, AC/DC, Banda do Mar, Lorde, Placebo, Forfun, Beyoncé.

A Ana de nem tanto tempo atrás assim não curtia Friends. Afinal, ela não via o que poderia ter de bom em uma série com risadas no fundo. A Ana de hoje está ocupada demais fazendo maratonas com os amigos, enquanto shippa fortemende Mondler e se sente o Chandler querendo chorar porque I just don't see why those two can't work things out pra Rachel e o Ross.

A Ana de nem tanto tempo atrás desgostava fortemente de Lana Del Rey e Taylor Swift. A Ana de hoje canta as músicas das moças, e dança junto, quando possível (não dá pra dançar Young and Beautiful).

A Ana de nem tanto tempo atrás era indiferente a Arctic Monkeys e Coldplay. A Ana de hoje sofreu por dentro porque perdeu o show dos primeiros caras, e fica numa paz quando escuta Yellow. 

A Ana do passado dava ibope pra piada machista, achava que chamar as outras garotas de vadia era okay. O sangue dela ainda fervia quando ela escutava assovio babaca no meio da rua. Mas a mente dela não percebia as coisas. A Ana de hoje... Bem, vocês já conhecem a Ana de hoje. 

A Ana de antigamente dizia que a banda favorita dela era Evanescence, a Ana de hoje fala Smiths e Death Cab. Mas ei, não se enganem: a Ana de hoje ainda tem seus posters e colares guardados. Ela ainda sabe de coisa desnecessária sobre a banda favorita dela de alguns anos atrás. Tipo, que a Amy Lee é alérgica a lagostas. E ela ainda tem seus ataques quando algo novo está prestes a sair, ou quando sua diva-dos-treze anos tem um bebê. 

Tem dias que as duas Anas começam a brigar. E segue geralmente o mesmo caminho: a Ana de alguns dias atrás era convicta na ideia que não se força a barra em certas coisas, e que elas se alinham naturalmente (ou qualquer outra coisa). Aí a outra Ana é convicta que às vezes se obrigar a sair de casa (forçar a barra?), comer waffles com sorvete enquanto bebe cerveja e assiste série com os amigos é o melhor remédio pra fazer as coisas voltarem ao normal. 

De qualquer forma, a Ana de agora, que digita esse texto, acha que talvez mudança de gostos não signifiquem contradição. Ela acha que segundas chances (ou até primeiras!) são valiosas... Bem, exceto pra dead ends (ela não vai dar outra chance pra The Big Bang Theory, isso é certo). Ela acredita piamente que talvez o "ajeitar naturalmente" tenha muita conexão com as "forçadas de barra" da vida. A Ana de agora saiu de um weird place direto pr'um good place. E fazer isso ouvindo música aleatória, boa e nova não teve preço.

Never betray the way you've always known it is.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Aquele da época estranha

Morrissey já dizia que it takes guts to be gentle and kind, e ele não poderia estar mais certo. 

As pessoas são de épocas, a gente bem sabe. Épocas ruins não significam pessoas ruins. No geral, no fundo da alma, até me considero uma pessoa boa. O problema é que não tem guts que me ajudem a ser gentle and kind em épocas que eu pendo mais pro lado de kick people in the eye do que qualquer outro. 

Nada tem isso a ver com x ou y pessoa. É um sentimento inteiramente pessoal, onde quando eu não tô rolling eyes mentalmente, eu tôsó de corpo, porque a alma tá longe, em outro lugar. 

É um pouco de apatia, com irritabilidade, com picos de felicidade, e então nada. 

É um pouco de drama também, mas na maior parte do tempo eu coloco a culpa no cansaço e na rotina. Porque eu tô cansada, e eu sei exatamente o que vai acontecer depois, e depois. E se eu tiver a chance de me surpreender, provavelmente irei ignorar porque quero ficar quietinha no meu canto. 


Sou grandinha e já acostumei com esse tipo de coisa, principalmente porque não é a primeira vez, muito menos será a última, que isso acontece. Sempre acho graça porque as coisas que escuto nesses períodos bizarros da vida são sempre as mesmas:

1) Tá de TPM? Não. E nem posso ficar muito ofendida por acharem que só porque eu ando com os cornos virados ou isolada a culpa é dos meus hormônios (NEM SEMPRE É, TÁ?), porque quando eu tô mesmo de TPM eu fico insuportável.

2) Tá chorando? Não. Essa é a minha cara. E rinite. (verdade, gente. Acho que a última vez que eu chorei foi quando escorreram duas lágrimas em The Fault In Our Stars)

3) Tá brava? Não. Essa é a minha cara. E rinite. (vocês não tem noção do que a rinite faz comigo)

4) Tu parece cansada. Obrigada, capitã(o) óbvio, acho que minha cara e minhas olheiras tom #5E0A4D falassem por si só. E rinite.

E repete.

Sei que é uma questão de tempo até tudo voltar ao normal, mesmo que seja um normal em épocas turbulentas. Enquanto não volta, no entanto, eu fico aqui, no meu cantinho, quietinha, pra evitar gritar a plenos pulmões: NOBODY ASKED YOU, Patrice (ou outro nome qualquer). E faço isso considerando de forma bem expressiva enfiar uma trufa inteira na boca, da forma que a Anna nos ensinou. 

terça-feira, 4 de novembro de 2014

You're the Worst

Esses dias passeando por blogs sobre seriados, me deparei com esse post do Legendado falando sobre You're The Worst. Nunca nem tinha ouvido falar da série, e milagrosamente não tinha visto nada sobre ela no Tumblr (na época).

Decidi baixar o pilot pra ver se era tudo isso, e gente: é.

Pra ler ouvindo. 

A série tá na primeira temporada, tem só dez episódios, mas já foi renovada pra uma segunda.

Se vocês curtem comédia melosa, "bonitinha", eu indicaria que vocês fossem assistir A to Z, mas aparentemente felicidade de pobre dura pouco porque a NBC já foi rapidinha em cancelar uma das estreias mais fofas da fall season. De qualquer forma, se vocês querem uma comédia não-melosa, ácida, porém ainda assim lindinha, aí sim eu indicaria You're The Worst.

A série gira em torno da Gretchen e do Jimmy, dois personagens auto-sabotadores e destrutivos que acabam se esbarrando depois de um casamento e tendo uma noite ~daquelas~.

Nenhum dos dois do relationships, então já dá pra tirar uma temperatura de por onde a série segue caminho, né? Como diz o criador da série, "this was not a show that waited three seasons to see if they will or they won't. They did in three minutes". O que tá feito, tá feito. E é a partir daí que a série vai crescendo.

Além dos dois "principais", a gente conta com a presença nada sútil do Edgar e da Lindsay. Ele, amigo do Jimmy. Ela, da Gretchen. Os dois servem de apoio e os quatro juntos carregam a série de maneira divertidíssima.

(créditos)

E ainda mais: todos os personagens são multifacetados. Eles erram, acertam, falam merda, dão risada, choram. Não fica naquilo de personagem bom-personagem mau, porque vai bem mais além do que isso. E como diz o criador, Stephen Falk: a character doesn’t have to be good to be interesting, is something that they [the creators] too often forget. E se vocês tão acostumados com isso, vai ser ótimo assistir uma série onde facilmente você se identifica nos personagens, porque nenhum deles é idealizado. 

Pra mim, uma das descobertas do ano. Confiem na titia Ana e: ASSISTAM. Sério.

Obs.: Entrevista do criador da série. Vale a pena. 
© AAAAAA
Maira Gall