quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Aquele da época estranha

Morrissey já dizia que it takes guts to be gentle and kind, e ele não poderia estar mais certo. 

As pessoas são de épocas, a gente bem sabe. Épocas ruins não significam pessoas ruins. No geral, no fundo da alma, até me considero uma pessoa boa. O problema é que não tem guts que me ajudem a ser gentle and kind em épocas que eu pendo mais pro lado de kick people in the eye do que qualquer outro. 

Nada tem isso a ver com x ou y pessoa. É um sentimento inteiramente pessoal, onde quando eu não tô rolling eyes mentalmente, eu tôsó de corpo, porque a alma tá longe, em outro lugar. 

É um pouco de apatia, com irritabilidade, com picos de felicidade, e então nada. 

É um pouco de drama também, mas na maior parte do tempo eu coloco a culpa no cansaço e na rotina. Porque eu tô cansada, e eu sei exatamente o que vai acontecer depois, e depois. E se eu tiver a chance de me surpreender, provavelmente irei ignorar porque quero ficar quietinha no meu canto. 


Sou grandinha e já acostumei com esse tipo de coisa, principalmente porque não é a primeira vez, muito menos será a última, que isso acontece. Sempre acho graça porque as coisas que escuto nesses períodos bizarros da vida são sempre as mesmas:

1) Tá de TPM? Não. E nem posso ficar muito ofendida por acharem que só porque eu ando com os cornos virados ou isolada a culpa é dos meus hormônios (NEM SEMPRE É, TÁ?), porque quando eu tô mesmo de TPM eu fico insuportável.

2) Tá chorando? Não. Essa é a minha cara. E rinite. (verdade, gente. Acho que a última vez que eu chorei foi quando escorreram duas lágrimas em The Fault In Our Stars)

3) Tá brava? Não. Essa é a minha cara. E rinite. (vocês não tem noção do que a rinite faz comigo)

4) Tu parece cansada. Obrigada, capitã(o) óbvio, acho que minha cara e minhas olheiras tom #5E0A4D falassem por si só. E rinite.

E repete.

Sei que é uma questão de tempo até tudo voltar ao normal, mesmo que seja um normal em épocas turbulentas. Enquanto não volta, no entanto, eu fico aqui, no meu cantinho, quietinha, pra evitar gritar a plenos pulmões: NOBODY ASKED YOU, Patrice (ou outro nome qualquer). E faço isso considerando de forma bem expressiva enfiar uma trufa inteira na boca, da forma que a Anna nos ensinou. 

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