sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Diarinho pra provar que ainda existe vida

Então eu quebrei horrendamente com a minha promessa de postar pelo menos uma vez por semana em setembro. Mas ao menos consegui fazer outras coisinhas.

No começo do mês eu fui ao McDonald's com uma amiga porque havia visto uma foto do novo McFlurry de Prestígio e daquele momento pra frente eu simplesmente precisava daquilo na minha vida. Spoiler: nem é tudo isso. O negócio é bom, mas eu esperava horrores e não superou as expectativas. Expectativas, sempre complicando com a nossa vida.

Ainda na primeira semana do mês, terminamos (eu e o boy) de assistir Narcos. Pra quem ainda não sabe, Narcos conta a história do traficante colombiano Pablo Escobar, aqui interpretado pelo brasileiríssimo Wagner Moura. A série é boa e mantém um bom nível, mas é mais uma série que você não sente preguiça de assistir do que uma série que você entra em espiral binge-watching e precisa assistir tudo em um dia. Também por aqueles dias resolvi criar um álbum de fotos no meu celular chamado de "cervejinhas". Vejam só: apesar de não entender nada sobre, eu curto experimentar cerveja. Muito. De verdade. Eu já havia tardiamente começado a tirar fotos das garrafinhas que estávamos experimentando porque estávamos indo comprar as coisas e não estávamos mais lembrando do que já havíamos bebido, então só caí na graça de finalmente criar o álbum, dar uma editadinha nas poucas fotos que eu tinha atinado de bater, criar um bloco de notas pra anotações e agora (que é sagrado) não vejo a hora de lotar o "cervejinhas" with all the beers.

Algumas boazudas.
Foi nos primeiros dias de setembro que eu finalmente consegui sentar, respirar e fazer o planejamento de estudos e trabalhos para o semestre. Um mês depois das aulas terem começado. Eu vivo perigosamente, como vocês podem ver. Se eu quis chorar? Sem dúvidas.

No entanto, disparado o evento mais importante do início de setembro consistiu em eu ter parcialmente falido (se pessoas físicas pudessem falir) comprando o Lollapass. Migos, verei Florencia, Mumford e Of Monsters and Men. Ao vivo. Eu que o único festival que tenho como parâmetro pra comparar é o Planeta Atlântida, vou no Lolla. Eu que nunca fui pra São Paulo  ̶̶̶̶̶̶̶̶  ao não ser que ficar 6h em no GRU conte como conhecer São Paulo, vou pra SP. Eu vou pro Lolla. Chorarei. Inclusive, se alguém de vocês for também, vamos chorar juntxs?

Na segunda semana eu consegui resolver meu problema chato. E isso tirou 27kg de peso emocional das minhas costas. Em compensação eu me senti com 27kg a mais, e numa ideia de jerico decidi "fazer dieta" e fechar a boca. Me senti miserável mas me olhava no espelho e, apesar de saber que é mais desformidade entre a realidade e o que eu enxergo do que qualquer outra coisa, eu me sentia mal. Larguei a "dieta" uma semana depois, sem sentir diferença alguma e ainda miserável.

No segundo final de semana do mês eu viajei com os meus amigos pro litoral. A previsão pra minha cidade era de 1ºC. Em setembro. E eu e meus amigos achamos de bom grado ir pro litoral. E olha, foi mesmo.

Era uma viagem que a gente queria fazer desde a época de ~terceirão~. Foi algum tempo de planejamento mas finalmente deu certo. No sábado saímos cedo (cedo demais) (pra um sábado) (7h é cedo!!!) e na parte da tarde tentamos ir pra beira do mar. Foi uma péssima ideia que deixou todo mundo empanado de areia. Chutei umas bolas, fingi que sabia jogar vôlei, bebi muitas cervejas, e às 16h eu estava de pijama pela casa. Comi bem, li meu livrinho (faz um mês que eu tô pra ler um livro de 220 páginas. Shame on me) na rede e às 23h eu já estava destruída.


No domingo o tempo acalmou e conseguimos ir pra beira do mar (!!!) jogar taco (que eu sou péssima), virar estrelinha, molhar os pés e pegar um solzinho. Chutei mais umas bolas, fingi de novo que sabia jogar vôlei, bebi uma cerveja, que era a resistente que sobrou do dia anterior, e foi tudo muito bom. Naquele dia cheguei moída em casa depois das nove da noite. Tomei banho e caí na cama feito um tomate podre.

No outro dia eu não conseguia andar direito, nem mover os braços, e me senti muito mal por ser sedentária. Matei aula naquele dia só pra ficar em casa deitada e ir dormir cedo. E percebi que havia queimado o couro cabeludo. Eu nunca aprendo.

Naquela semana eu também matei aula na quinta-feira porque um dos meus professores não iria dar aula, e eu que não ia pra lá só pra assistir uma hora e vinte de blablablá e ter que ficar uma hora e meia esperando pra ir pra casa, né? Foi nessa quinta-feira que terminei de assistir Mad Men (aqui eu falei um pouco sobre a série), e terminei chorando. Eu amei tanto mas tanto essa série que nem sei explicar. O final me destruiu de uma maneira que eu não sei explicar. Eu chorei nos últimos episódios e senti um vazio enorme depois de escutar a música da Coca-Cola (entendedores entenderão). Queria poder indicar essa série pra todo mundo mas reconheço que Mad Men não é pra todo mundo. É uma série sobre personagens, gente como a gente, e cotidiano. Não tem grandes acontecimentos à la Ozymandias de Breaking Bad, mas trabalha com sutilezas e nuances na personalidade de cada um dos personagens, e como cada acontecimento (eu falei que eles mesclam acontecimentos históricos na trama da série?) os afeta, com maestria. É maravilhosa assim mesmo.

Eu depois do Emmy. Tristonha.
O terceiro final de semana (o último) deu início aos meus estudos pras provas. Parte do sábado e do domingo foi reservado a estudar direito tributário II (que é chato d+ aff tão chato) e direito do trabalho II. Achei que consegui adiantar bastante coisa e penso que não me sobrecarregarei demais nos próximos finais de semana. Inclusive, baixei um aplicativo, o Pomodoro, pra otimizar meu tempo de estudo e isso me auxiliou bastante. Outra parte do sábado foi reservado a ir numa hamburgueria com os amigos. Pedimos batata-frita e por alguma frustração do destino depois de dar fim nas batatinhas, meu estômago fechou. Então fiquei encarando o povo comendo xisões enquanto amaldiçoava meu estômago por ser fresco (nesse mesmo dia, horas mais cedo, eu tive um pouco de náusea, então talvez tenha a ver com isso). No outro dia do final da tarde fui na casa do troxa, ops, boy, e depois de muuuito tempo peguei na mão o controle de um console pra tentar jogar videogame. Jogamos Until Dawn por três horas que passaram em três minutos e até a metade dessa semana eu fui dormir pensando nos bichos daquele jogo. Se quero continuar jogando? É óbvio. Nesse mesmo dia frustrei minha alma fangirl assistindo o Emmy, e agradeci ao deus que cuida das fangirls por esse evento ter acabado meia-noite, porque imagina que morte horrível esperar até duas da manhã pra ver Game of Thrones em sua pior temporada ganhando de Mad Men? Ew, né?

No mais, essa semana não teve nada de muito significativo. Mas eu tô viva, viu? E com esse post mala eu provei. 


Obs.: Acho que a ressaca pós-BEDA matou ou minou a vontade de escrever de várias pessoas que eu conheço. Na real, eu acho que depois de respirar aliviada no último dia 31 todo mundo meio que quis focar em outras coisas, ou sei lá, só pegou bode mesmo. Tipo eu. Por isso do sumiço.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Manifesto em favor de sair a hora que eu quiser

Eu sei que pelo título parece que eu vou reclamar do meu medão e ódio de sair na rua e ter que lidar com fiu-fiu não requisitado, ou sobre ter que procurar a chave ainda dentro do buzão pra não ficar parada na frente de casa, ou ter que andar olhando pra trás com medo não de demônios, mas de homem mesmo estupro, ou sobre me negar a andar na rua de noite. Coisas básicas, as minas sabem. 

O texto poderia ser sobre isso, mas não vai ser. Esse aqui é algo que se eu pudesse eu enviaria pros meus professores acadêmicos pra eles enfiarem na cabeça que a) não sou criança, eles não tem responsabilidade sob mim durante o horário de aula e b) não sou obrigada.  

Antes de mais nada deixa eu explicar pra vocês como funcionam minhas aulas. Primeiramente, eu estudo em uma universidade privada. Eu tenho que pagar pra estudar porque aqui não tem federal, e me manter em outra cidade pra fazer federal, monetariamente falando, não seria vantagem (até porque não tenho cacife pra isso, rs). Então eu pago pra estudar (uma parte, o governo paga a outra e depois eu chorando vou pagar pra eles de volta). 

Em segundo lugar, eu estudo de noite. Na maior parte do tempo. Vez que outra, feito o último e esse semestre, eu consigo remanejar umas horinhas no trabalho e fazer uma aula no vespertino ou meio vespertino.

Meio vespertino, que é isso?

É o que nos leva ao terceiro lugar. Normalmente, em cursos normais, você tem uma aula inteira que, num exemplo, começaria às 19h30 e terminaria às 22h30, correto? Não. Não pra mim. Porque numa ideia maravilhosamente besta dos coordenadores do meu curso, eles acharam ser de boa ideia quebrar aulas em dois dias. 

Então eu tenho três aulas segunda, uma das 18h às 19h30, outra das 19h30 às 21h e outra das 21h às 22h30 (em tese, porque nunca vai até esse horário pra mim e sim até 22h15/22h20 no máximo). Essas mesmas aulas eu terei na quarta, mas em ordens diferentes (com exceção da primeira). O mesmo acontece terça e quinta, mas só no período da noite. 

Ou seja, uma bagunça.

Dizem que o rendimento dos alunos aumentou, porque aí não precisamos ficar três horas fingindo que prestamos atenção numa mesma coisa. Mas na prática, a teoria é outra. Afinal, depois de um tempo, encaixar as matérias é difícil, na última aula ninguém presta atenção de qualquer maneira, e fazer prova correndo não é lá muito divertido. 

***

No geral, eu não consigo prestar atenção em aulas. Eu me esforço muito, de verdade, e num dia bom eu consigo prestar atenção durante metade do período. Na outra metade quando dou por mim já estou há sete minutos encarando os cantos das paredes ou a tela do celular. 

Mas veja lá, eu talvez tenha meus motivos (dois, hehe):

1) Eu sou uma pessoa visual. Então não importa se a melhor pessoa do mundo está me explicando as coisas, se eu não tirar um tempo pra anotar tudo a mão, não vai servir de nada. Assim sendo, quando vou estudar eu preciso parar com livros, polígrafos e anotações e fazer um resumo pra poder enfiar algo pra dentro da minha cabeça. Só ler e ouvir não vai adiantar. 

2) Não consigo prestar atenção ou estudar dividindo a sala com mais 32 pessoas. Nunca participei de grupos de estudos e só de ver alguém do meu lado eu já desconcentro. Todas as vezes que paguei de wannabe boa aluna e tentei estudar na biblioteca da universidade eu saí de lá frustrada, porque o barulhinho de cochicho, teclado, folha virando e abre e fecha porta me colocavam em outra dimensão  uma em que o estudo é impossível.

Por esses dois motivos eu só estudo sozinha, enfurnada no meu quarto, com livros, anotações, papel e caneta. Sem professor, sem alguém pra estudar comigo. 

Eu aprendo porque me coloco a aprender, e não só porque ouvi uma hora e meia de professor explicando lei (eu faço direito, gente, isso é um fator importantíssimo aqui).


***

Dito isso, eu posso abrir meu coração. 

Por que, meu Deus, presença é tão importante? Eu não falto muita aula porque me sinto culpada (nasci com tendências escolares nerds, mas sem a capacidade pra ser nerd escolar) e porque meus pais sempre reclamam. Mas não entra na minha cabeça que eu precise escutar três horas de blablablá com slide só pra responder uma chamada e dizer que estive aqui! presente!, embora eu facilmente pudesse estar em casa lendo receita e aproveitando mais. 

Tanto faz que eu vá bem nas minhas provas e nos meus trabalhos se eu não tiver presença, né? ...Tipo??? Isso é realmente tão importante assim? É um fator definidor de caráter que algumas aulas eu simplesmente não esteja a fim e que de fato eu não aproveito mais de 15% em sala de aula? 

"Ahhh então tu não gosta do teu curso" gente, Direito não é lá muito divertido, mas eu gosto da área. O que me quebra as pernas é ficar ouvindo sobre inquérito policial durante 7 aulas sendo que eu nem gosto de penal sendo que a única coisa que vai me fazer entender isso é parar e estudar sozinha em casa. E eu não aguento mais ir pra universidade. NA SINCERIDADE. Eu só quero me formar, eu só quero me formar, acabar com isso, terminar, pelamor de Deus, eu quero me formar. 

Não sei quem disse que universidade é só flores porque não é não. Eu tenho tanto professor ruim e mediano que talvez esse seja um dos outros fatores do porquê eu não tô a fim.

Esses dias um professor meu, um mala sem alça, péssimo, sem didática, que se acha engraçadinho, e vai pra aula e passa slide, vídeo e fica sentado falando, fez um comentário muito escroto. O causo vai mais ou menos assim:

A aula começou às 21h, ele saiu, foi tomar café e voltou quinze minutos depois. Nisso, atrasado, ele começou a falar coisa que eu nem tchu, e eu ali só matando tempo esperando pra vazar. Alguém então pertinentemente pede da chamada e ele chora porque "vocês vão me deixar aqui falando pras paredes" (culpa sua, né, amor?), porque veja só, outra coisa que você assume (ou deveria assumir) sobre quem estuda de noite é que as pessoas trabalharam o dia inteiro e estão cansadas, muitas delas precisam pegar ônibus pra ir embora (van no meu caso), muitas moram em outra cidade, e por assim o ser você não vai CUZANTEMENTE deixar a chamada pras 22h20min da noite, né? Eis que ali por volta das 21h45 uma moça levanta e vai embora e logo que ela sai ele vira pra turma e solta um:

- Ela sempre chega depois e sai antes. Por mim tudo bem (we can see that, chorão), vocês que jogam dinheiro fora (jogo meu tempo também quando fico aqui te ouvindo).

TIPO, MIGO, VAI TOMAR NO SEU CU???????? (mal ele sabia que esse é o horário em que EU também vazo das aulas porque eu gosto de pegar uma vanzinha que sai antes e me compra meia hora de bônus na noite versus meia hora ouvindo merda em sala de aula  essa meia hora é meu momento de tentar comer algo, dar uma mexida no PC, ver um ep de comédia, LAVAR A MENTE, sabe? ou seje, vazo antes mesmo)

Aí um moço também levanta e vai embora logo em seguida. O professor encara ele enquanto ele sai e fica ironicamente dando risada depois. 

Eu achando muito engraçado a frustração dele peguei minhas trouxas e vazei. 

Imagino o tipo de comentário que ele fez quando eu fechei a porta.


Tudo o que eu pensava era "they see me rolling, they hating" porque BREAKING NEWS: não sou obrigada. 

Isso foi de encontro com outra coisa que me aconteceu logo no começo das aulas. 

A cota professora sonífero desse semestre estava falando sobre casamento e basicamente explicando em voz alta o que ela tinha explicado num polígrafo que ela disponibilizou para os alunos. Que que eu fiz? Peguei minhas trouxas e vazei com a minha colega. 

Aí a mulher ficou quieta esperando a gente sair, virando um pimentão de tão vermelha, quase explodindo do que imagino ser raiva. Eu achei que ela fosse tacar um giz em mim, mas muié, relaxa.

(agora ela não fica mais vermelha, nem brava, e só ignora e segue a vida)

Eu não converso na aula (e odeio quando fazem isso), eu não deixo de entregar trabalhos, eu não choro nota pra professor, eu pago minha faculdade, eu trabalho o dia inteiro, então midexe sair a hora que eu quero e não torra.

E falando sério, seríssimo, na real: de aula boa, realmente boa, ninguém quer sair.  ¯\_(ツ)_/¯

Então sei lá, né? Vou continuar saindo cedo? Vou. Ligo? Nope.

Vida que segue.

Ces't la vie
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Maira Gall