quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pra não dizer que não postei durante um mês

Faz quase um mês desde a última postagem. Mas, pra evitar a fadiga, não vou gastar os dedos e os olhos de vocês e não vou pedir desculpas pelo sumiço. 

Coisas acontecem e às vezes a gente digere elas de formas e em tempos diferentes. Não é preciso cavocar muito aqui no blog pra saber que algumas coisas aconteceram, ou não aconteceram, e eu virei um punhado de nada (ou tudo, muito sentimental). 

A real é que algumas coisas não melhoraram. Outras pioraram. A perspectiva não é muito boa, apesar de estável, e a única coisa que me anima é um projeto que logo logo poderei compartilhar com vocês. O sentimento que reina segue sendo o disappointed but not surprised, e em muitas vezes eu nem consigo mais me importar. Sigo calma, feito o olho do furacão de Sylvia Plath. 

Contudo, ao menos, tô organizando melhor meu tempo. Produzindo mais, estudando mais, colocando as coisas em dia. Às vezes de forma mais exasperada que outras. Esses dias li em algum lugar que quando a gente se sente desanimado, triste, pra baixo, o negócio é ir estudar. Pelo menos investimos nosso tempo de bad em algo que vai retornar pra nós mesmos. Eu achei uma tremenda de uma bullshit em primeiro momento, mas depois vi que até que rola sim. Dependendo da intensidade da bad do momento. 

A isso posso adicionar o fato que enxergo alguns aspectos da minha vida com mais clareza agora. E aos poucos consigo me focar no que interessa e abrir mão daquilo que não fecha mais. A alma muda de cor, e de repente a cor amarela não faz mais parte do grupo de cor azul, sabe assim? Então, é por aí.

Seguindo em frente seguimos a vida. 

* * *

Terminei, depois de dois meses (sou uma fraude, mas li Como Eu Era Antes de Você no meio, em minha defesa), o livro da Amanda Palmer. Aprendi com ele, favoritei no Skoob, usei muitos marcadores durante a leitura. Fui tentar aplicar uma das passagens (quem vê pensa que é livro de auto ajuda, né não?) na vida real  aquela em que Amanda e Neil começam a brincar de se perguntar do que você tem medo? ad infinitum, mas não deu certo. Mas ei, do que você tem medo? Vamos conectar os pontos. 

Pra não deixar a peteca da leitura cair, achei que seria um ótimo momento engrenar, finalmente, na leitura de A Redoma de Vidro da Sylvia Plath. Ainda estou no começo (pág. 50), mas já usei dois marcadores  seriam mais se eu não tivesse me controlado. Volto pra contar o que achei da aventura.

* * * 

Ontem fui pro trabalho com um vestido. Eu uso vestidos no trabalho, apesar de não ter muitos. Fiquei me indagando durante 17 minutos se ele não tava um pouco curto pro ambiente. Cheguei a conclusão que ele tava curto sim, mas estava fazendo 31ºC na rua, nossa sala (de vidro!) (sem ar condicionado) bate sol a tarde inteira, e o dia não teria clientes. Então me perdoei pela gafe cometida e segui com a jornada. 

Entrei no ônibus e depois de um tempo percebi que uma borboleta branca com detalhes em preto tentava sair pra rua, mas falhava toda vez por causa do vidro. Fiquei com pena, mas torci pra ela conseguir sair por alguma janela aberta.

A borboleta saiu, mas de uma forma mais legal. Ela pousou na parte de trás da perna de uma mulher e assim que a mulher pisou na calçada, a borboleta saiu voando.

Foi muito bonito e cheguei no escritório comentando o acontecimento tentando fazer jus ao momento bem do jeito que ele foi: lindo e significativo. Às vezes a gente é meio borboleta, dando de cara em vidros sem perceber que eles estão ali, mas cedo ou tarde nós nos damos conta que estamos presos e seguimos o mesmo instinto de liberdade que a brabuleta seguiu.

© AAAAAA
Maira Gall