segunda-feira, 23 de junho de 2014

Okay não é o nosso pra sempre

Foi no auge, e um auge já estagnado, do livro A Culpa é das Estrelas do John Green que eu decidi dar uma chance pro livro do cara. 
Fui toda receosa e já expliquei, não muito eloquentemente, aqui, tudo o que pensei, não pensei e passei quando peguei o livro azulzinho (emprestado de uma amiga) na mão em Fevereiro. 

Como prometido, eu assisti a adaptação no cinema. Só não na estreia, como era planejado. 

E apesar de não saber o que esperar, porque a vida já me ensinou pra baixar a bola quando se trata de adaptações (afinal, eu sou fã d'As Crônicas de Gelo e Fogo), dei a mão pra R'hllor e entrei na sala de cinema com um litro de Coca-Cola pra assistir o filme.

Uma coisa: eu nunca fui de chorar com livro. Na real, eu nunca chorei com livro. O máximo que consigo é ficar com os olhos marejados mas que não permanecem por muito tempo já que o que eu realmente quero é continuar a história e não ter um meltdown

Já pelo contrário, filmes e seriados levam os meus meltdowns pra outro nível. Até hoje lembro com muita clareza que assisti a season finale da sétima temporada de Grey's Anatomy na sexta-feira a noite com uma amiga, e Sábado de manhã eu ainda estava toda inchada de tanto chorar.


Então quando entrei pra assistir o filme, eu não esperava nada menos que isso. Um meltdown catastrófico.

E eu fiquei realmente surpresa quando isso não aconteceu. 

A adaptação conseguiu passar tudo o que o livro pretendia. Shai e Ansel (de quem eu não curti muito as fuças no início de tudo) entregaram pra nós uma Hazel e um Gus que ninguém poderia fazer melhor. Deu pra perceber que todos envolvidos ali estavam realmente comprometidos a fazerem jus a todo o hype que o livro foi. Ou é.

Toda a vibe, por falta de uma palavra melhor, a trilha sonora, a atuação, a simplicidade do filme, não poderiam ser mais bem escolhidos e corretos do que foram. 

No lugar do meu meltdown, eu escutei fungadas de moças e marmanjos numa sala de cinema cheia de casaiszinhos que tentavam se recompor do que assistiam.

No lugar do meu meltdown, eu deixei escorrer duas lágrimas quando a Hazel ficou feliz pelos pais dela estarem planejando um futuro. Sempre tive e sempre vou ter problemas com qualquer temática família/doença, porque isso mexe comigo. Muito mais que qualquer Gus-do-livro ou Gus-da-telona pudessem fazer. 


Foi entre choros, dublagem de frases antes que elas acontecessem e risadas (acho graça só de lembrar "It's always dark for Isaac") que eu e minha amiga saímos da sala de cinema. E saímos pra perceber que todo mundo que deixava a sala, estava com a mesma sensação meio-amarga. Uns até direto pro banheiro pra tentar ajeitar o rosto vermelho de chorar. Algumas com maquiagem na orelha. 

Mas pra mim, eu deixei a sala com a mesma sensação que terminei o livro. A vida não faz sentido, e ela tá sempre preparada pra puxar nosso tapete. Um dia tá tudo bem, no outro dia não. E apesar de ter que viver com essa incerteza que é a vida, a gente tem que viver da melhor maneira que pode, mesmo sabendo que podemos quebrar a cara ou sermos deixados para trás a qualquer momento. 

A única pena é que nem todo mundo lida bem com isso. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

OITNB Season Two

Perdoem-me o sumiço, pessoal, mas não havia vontade, criatividade ou tempo que me fizessem parar pra escrever pro blawg. Ainda bem que a vida tá em ordem novamente e eu não ando sentindo muita vontade de socializar. E é óbvio que isso, pra minha vida online, só me traz vantagens (percebam a ironia!).

Então, pra comemorar a volta-da-forma-que-eu-espero, decidi fazer uma review da segunda temporada de Orange Is The New Black (review bagaça e cheia dos spoilers).

Pra quem não sabe (vide: pessoas que se esconderam de baixo de uma pedra), a segunda temporada foi lançada toda (!!!) no Netflix no último dia seis. 

Eu não tenho conta no Netflix, mas tenho amigas (valeu Lu!) que distribuem logins pras necessitadas (não diretamente, mas ainda assim) assistirem o que derem na telha e o catálogo oferecer. 

E foi assim que eu e a minha irmã assistimos, não correndo, mas num período ok de tempo a segunda temporada.

Nos foi prometido uma temporada mais "dark" e como pudemos perceber, isso nos foi entregue.

A Piper, nessa temporada, teve um foco diminuído (coisa que eu gostaria de ter se estendido ao Larry e a amiga dela que até esqueci o nome porque foi dolorido assistir aquilo), o que nos deu abertura pra explorar melhor outras personagens. Algumas delas já tinham caído no gosto do povo, como a Taystee e a Nicky (que deveria aparecer mais e mais e mais!), mas muitas delas a gente nem tinha ideia de como levava a vida antigamente.  

Fomos apresentados a novos rostos, como a Vee, poderosa, perigosa, rude e inteligente quase-mãe da já adorada e citada Taystee; Soso, a ativista, scottish-japanese, que engoliu sete vitrolas antes de ser jogada dentro da prisão ou até mesmo os que não serviram pra muito do primeiro episódio, mas que proporcionaram um pouco mais de ideia do quão grandiosa é a diversidade dessa série. Bem como perspectivas novas de personagens já conhecidos, como a diretora da prisão, Figueroa. 

Tivemos novos flashbacks, como o da adorável/louca/gananciosa Rosa -- que acabou sendo um dos meus favoritos; o super plot!twist do passado da Morello; o riot grrl! da ex-freira Sister Jane; o quebra-coração da Crazy Eyes; o quase-normal da Cindy; o super protetor e difícil de Gloria; ou até mesmo um não muito esclarecedor da Poussey-accent-a-droite-bitch. 


A série nos proporcionou, mais uma vez, diálogos bem escritos, com aquela pitada de humor que nós já estamos acostumados. Além das discussões, às vezes óbvias, às vezes nem tanto, de assuntos como sexualidade, preconceito, drogas, família, sistema carcerário, desumanização de detentos, violência, entre outros, de uma maneira que pouquíssimos TV shows conseguem fazer.

Mas mais que tudo, essa segunda temporada de OITNB veio pra reafirmar o que a primeira já nos mostrou: que além de ótima, não há série que trabalhe tão bem com o desenvolvimento de tantas personagens femininas ao mesmo tempo, personagens tão diferentes, que reagem de formas tão diferentes, a uma mesma realidade. 


No geral, a qualidade da série cresceu muito. Finalmente eles começaram a trabalhar com a ideia da Piper ser bissexual, sem se importarem com o 8 ou 80 do hétero ou lésbica da temporada passada. Provaram mais uma vez que uma série feita praticamente de personagens mulheres pode agradar a gregos e troianos. Juntaram atrizes talentosíssimas que tiraram o melhor do enredo enquanto atuavam de uma maneira super marcante. E o melhor: nos deixaram querendo mais, e mais dessa série. 

Quem não assiste, perde. Quem assiste, dá risada e passa raiva feito o resto de nós. E que venha 2015!

Obs.: quero flashback da Flaca e da Maritza na próxima temporada, bem como muito eye-candy que é a Alex (senti sua falta), e muita Nicky!!!!!!! E Poussey!!!!!!!! E, aff, quanto tempo falta mesmo?

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pessoal, perdido e idiota

Eu ando sem ideia e sem tempo de parar pra pensar em escrever algo pra esse meu blawg querido. Ai fui passear por um blog pessoal basicamente morto de outras épocas. 
E aí que decidi compartilhar um dos textos mais idiotinhas e sem noção que eu já escrevi. 
E percebi que a vida anda idioticamente quase a mesma.


"Mas logo eu, logo eu que sempre tenho alguma coisa desnecessária e fora de contexto pra dizer, estou aqui sem nem saber como começar um post que há muito tenho tentado escrever (nove dias é tempo demais).
Logo eu que nunca tenho certeza de nada, descobri, ou melhor, confirmei algo que eu já, de fato, desconfiava. E mais: nós somos tão idiotinhas.
Tão, tão, tão idiotinhas. Um dia eu hei de olhar pra trás e querer esmagar a minha cabeça oca na parede pra ver se eu paro de ser idiotinha que nem todos os idiotinhas que aparecem ou desaparecem ou reaparecem na minha, na tua, na nossa vida.
E não, ei! Não me leve a mal, eu-do-futuro, não estou falando da forma que tu age não. Ou da forma que os outros idiotinhas agem também. Que isso! Estou falando daquilo que tu deixa de fazer ou falar ou sentir por puro medo de abrir mão de qualquer coisa que tu acha que tenha. Ou me leve a mal mesmo, eu não ligo. Estou falando daquilo que tu faz mas faz pela metade pelo mesmo medo de abrir mão de algo que tu acha que tenha. Ou vai ver medo nem seja a palavra certa.
Mas entenda, meu eu-do-futuro: tá tudo bem. De verdade.
E daí que tenha dias que tu não tá nem aí e faz tudo atravessado? Tua mente é assim mesmo. E daí que tenha dias que tu tá tão aí que tu não consegue, ou quer, fazer nada e fica num canto observando tudo e todos? Tua mente é assim mesmo. E daí que não deveria ter tantos "e daís"? Relaxa. Vai tudo ficar bem. Não se sinta tão mal por coisas que tu mesmo criou nessa tua cabeça oca -- oca e insistente. Ou sinta-se mal! Tanto faz. Tudo é mais bonito e profundo em dias tristes. Mas nesses tristes leves. Nesses tristes que até possam tirar teu sono, mas que não seja nada comparado aos teus medos idiotinhas porém bem fundamentados. Sentir qualquer coisa é melhor (será?) do que sentar ao lado da tua velha conhecida apatia. E por falar nessa amiga de longa data, criei toda uma conspiração d'o porquê da gente ter se conhecido e ficado tão próximas uma da outra. Mas é algo que ainda tem que ser desenvolvido na mente pra passar pras letras. E quem disse que a mente deixa você desenvolver algo, eu-do-futuro?
Vem aqui, vamos conversar sobre como é aceitável sentir-se fora do eixo uma vez que outra.
E vem aqui, vamos conversar sobre como você e todos esses outros idiotinhas que você conhece estão sempre desesperados por tudo ao mesmo tempo. 
Vocês, seus idiotinhas, vocês não sabem o que querem! Não. Não falem nada. Eu não quero ouvir. Eu sei que é verdade. Vocês não fazem a m-í-n-i-m-a ideia do que vocês querem. E tá tudo bem! É sério.
Vocês vão passar por uns períodos estranhos, cheios de tudo e cheios de nada. Vão fingir que têm o poder de todo o futuro na mão de vocês. Ou vão fingir que vocês não têm poder de nada. Tá tudo bem. Confusão é mesmo inerente à vida. 
E vocês, nessa idade, querendo tudo, sentindo tudo, sentindo nada, querendo nada, querendo alguém e buscando desesperadamente por esse alguém porém sem perceber, e querendo liberdade e buscando desesperadamente por liberdade porém sem perceber que isso é mais agoniante que qualquer outra coisa... Ah... Vocês nessa idade estão sempre abertos às milhares de oportunidades de simplesmente quebrarem a cara. And go for it. Vai ver vocês aprendam algo. Ou pelo menos se divirtam no meio do caminho. Não faz diferença se vocês saírem um pouco mais crianças, ou mais maduros, ou mais machucados,  ou mais compreensíveis no final da experiência. A ideia, aqui, é sempre criar uma nova perspectiva. 
E, sua idiotinha, eu-do-futuro, continue criando abismos existenciais entre o que tu é e o que tu que ser e o que tu era e... Just go for it. E não fique se desculpando. Aprende a ficar quieta e pedir zero desculpas pela forma que tu escolheu e como escolheu lidar com toda essa tua mente e esse período turbulento da tua vida (acredite, eu-do-futuro, você não pode estar sozinha. Afinal, olha ao redor pr'os outros idiotinhas).
Não sinta-se culpada por não querer ficar em casa e querer conhecer gente nova e se divertir e dançar em cima de palcos e beber e chorar e ficar com raiva mas dar risada porque, ahhh, sua idiotinha, você finge que não sente nada. 
Não sinta-se culpada, também, por não querer ver ninguém e querer se afogar em Coca-Cola assistindo filmes e seriados até as quatro horas da manhã ou ficar sem pisar na calçada nos longos e lindos dois dias que você tem livre de toda a realidade esmagadora que te acompanha de Segunda à Sexta. 
Não sintam-se culpados, idiotinhas, por não saberem o que querem. Ou por quererem tudo. Ou por não terem noção do que estão fazendo. Ou por terem noção. Ou por fazerem tudo ao contrário do planejado. Ou por se sentirem sozinhos. Ou por se sentirem felizes. Ou tristes. Ou perdidos. Ou por quererem todo mundo. Ou por não quererem ninguém. 
Imagina que chatice seria ser estável? Trabalhando a mente pra entender a mente e entender a mente dos outros, também. 
Como nós somos idiotinhas e iludidos. Nós nunca vamos nos conhecer. Ou conhecer os outros. Ou entender os outros. Ou saber o que os outros querem. 
Mas nós podemos tentar. E fingir. E brincar de sentir e dizer "ahhh, eu quero você, seu idiotinha que não tem a mínima ideia de onde está". E brincar de imaginar você e algum outro idiotinha falando besteira enquanto o sol baixa em algum lugar qualquer e confortável. E brincar de conspirar em como você gostaria de quebrar uma garrafa na cabeça desse mesmo idiotinha. Ou idiotinhas. Ou na sua. Ou de fugir ou de sumir. 
Ahhhhhhh. Como faz pra entender a mente de gente idiotinha mesmo? Afinal, eu acabei novamente me perdendo no contexto."
© AAAAAA
Maira Gall