segunda-feira, 27 de maio de 2013

Team Sansa

Preciso de muita coragem pra começar esse post porque acredito que de duas, uma (ou as duas): vou chutar o balde no meio do caminho ou ele vai ser o post mais extenso do blog. Acho que nem preciso falar o motivo de eu pensar isso, né? Fora do tumblr, se eu ouvi duas pessoas falando algo de positivo sobre a personagem, foi muito. A maioria se apega nos mesmos argumentos e usa as mesmas piadinhas (legais no começo, mas cansativas agora) de sempre.

Então lá vou eu, lá vou eu defender/explicar a minha personagem favorita d'As Crônicas do Gelo e Fogo (A Song of Ice and Fire) e Game of Thrones. Talvez isso só vá fazer com que vocês odeiem ainda mais ela, ou talvez isso faça com que eu consiga abrir essa mente fechada de vocês, nem que seja um pouco, pra tentar fazer vocês entenderem ela em vez de saírem com quarenta e sete pedras na mão, cheios de ódio. 

Como sou tosca e não tenho mais o que fazer, vou até usar umas referências de outras opiniões pra tentar me fazer o mais ~eloquente~ possível. E é claro, tenho que deixar o aviso de: SPOILER ALERT.


All you need to know about Sansa in this book is that she has a direwolf – a giant, monstrous wolf, a half-mythological monster, a killing machine – and she names it Lady. (Schmoop)

Vamos lá.

Pra começar, bem básico, uma coisa: eu odiava a Sansa. Eu assisti a série antes de ler o livro, e nos primeiros episódios, tudo o que eu queria era que ela levasse uns tapas e acordasse pra realidade. Ela era ingênua, ela realmente acreditava que o mundo era cor de rosa, ela não parava de sonhar com o príncipe encantado... Tudo isso me incomodava e muito, principalmente porque uma guerra estava se armando do lado de fora. A partir daí, quando o ódio atingiu o máximo, eu comecei a olhar ela de outra forma e comecei a ler m-u-i-t-a meta no tumblr, e isso foi um dos motivos que eu passei de hater pra lover e basicamente parte da Sansa's Army.

Acho que vou listando ou separando os motivos que acho pesados na hora de abrir a mente~ de um Sansa hater.
  • A Sansa não é a Arya. Elas são "two sides of the same coin", são diferentes, então deixem morrer o argumento de que a Arya não age que nem a Sansa, porque, convenhamos, que pessoa age que nem a outra? Quando a série começa, a Sansa tem 11 anos (agora imaginem vocês com 11 anos), ela, diferentemente da Arya, gostava do que aprendia e acreditava naquilo que os pais e a septa dela ensinavam pra ela. Ela foi criada pra ser uma lady, pra casar com algum príncipe um dia, foi criada ouvindo histórias e músicas sobre príncipes encantados, então, obviamente, quando ela teve chances de estar com um, ela não quis estragar aquilo, pois para ela não havia motivos pra desconfiar do príncipe (que nós já sabíamos que era um capeta). 
  • A Sansa não matou a Lady. Novamente, ela era uma pré-adolescente quando a série começou. Ela estava na frente de uma corte, na frente do príncipe com quem ela deveria casar algum dia, na frente do Rei de Westeros. Com medo de desagradar, ela não se posicionou em defesa da irmã. Ela jamais imaginaria que iria perder o direwolf dela. Ela pagou o preço por não se posicionar, mas não é culpa dela que ela tenha "quebrado diante a pressão".
  • A Sansa não matou o Eddard. Não sei se tem gente que ainda acredita nisso, mas de qualquer forma, é isso aí. Ela não matou o Eddard, até porque não dá pra culpar a Sansa pela morte de um personagem do Sean Bean. O Eddard causou a própria morte em confiar em que não devia. A honra dele falou mais alto e ele perdeu a cabeça porque o miolo mole do Joffrey quis assim. Essa morte, pouca, perto das que tinham por vir, foi causada pelo príncipe encantado (que já estava desencantado naquelas alturas) dela. E não por ela. 
  • Cortesy is a lady's armour. Ela não tem mais o lobo dela pra protege-la feito os outros Starks, fora a Arya. Ela não sabe lutar com espadas. Ela só tem uma coisa: a cortesia e os supostos bons modos que ela deixa transparecer; aquilo que lhe foi ensinado. Não foi falando tudo o que lhe vem a mente que colocou ela dentro do Vale/Eyrie. No final do livro quatro, não tem como negar que quem estava na melhor situação era a Sansa, mesmo servindo de cosplay de Catelyn pro Petyr (voltaremos a isso depois).

Ships (essa vai ser a opinião pessoal, não vou usar referências de outras metas):
  • Sansa/Petyr: hell no. Simplesmente não entra na minha cabeça como alguém pode shippar eles dois. Acho o Petyr um dos personagens mais perturbadores da série. Pra mim, ele levar a Sansa pro Eyrie só serviu pra ele se imaginar mais novo, com a Catelyn, de novo. Mas tirando isso, acho que a relação dos dois é extremamente importante pro crescimento da personagem. Creio que a Sansa vai aprender muito estando com ele, ele vai ser quem ensina ela a jogar o jogo dos tronos~, e caso Sansa/Harry realmente acontecer, e der certo, a gente vai ter muito o que agradecer a ele. De qualquer forma, só dele conseguir tirar ela de King's Landing já dá até pra considerar dar uns pontinhos pro Littlefinger.
  • Sansa/Tyrion: Antes de mais nada, a Sansa não deve nada pro Tyrion. Ela o acha detestável não só pela aparência mas por ele ser um Lannister. Infelizmente, ela não consegue saber o que se passa na cabeça dele como nós sabemos, e mesmo se soubesse, ela não seria obrigada a gostar dele ou querer casar-se com ele só porque nós o achamos "legal" ou qualquer coisa assim. Ele, obviamente, deseja ela. Mas a recíproca não é verdadeira, e mesmo o detestando, mesmo ele estando com uma cicatriz em metade do rosto e sem o nariz, mesmo assim ela tenta enxergar algo de bonito nele pois sua septa havia ensinado-a assim, mesmo que ele não seja o príncipe que ela havia sonhado quando menor. 
  • Sansa/Margaery: A amizade delas, no livro, serve pra Sansa tolerar um pouco o fato de estar basicamente presa em King's Landing. Porém, no livro, a Margaery, acredito eu, tinha interesse pela Sansa até ela servir de algo pros planos dos Tyrells, que no caso era casar a Stark com o irmão Willas (que na série foi substituído pelo Loras). No momento que os Lannisters se metem no meio pra casar a Sansa com o Tyrion, a Margaery manda a Sansa pra escanteio. O que é triste, porque eu gosto da Margaery. Até agora, ao menos, estou adorando a interação e amizade das duas na série —a Margaery não deixou de falar com a Sansa uma vez que soube do casamento dela e do Tyrion, então acredito eu que tenha mais o que rolar entre as duas (que lá no fundo parece que a Tyrell é meio I'd go gay for Sansa).
  • Sansa/Sandor: Problemático. Um ship que é problemático e é isso. Não é saudável. E, mesmo assim, aqui estou eu shippando os dois juntos. Sei que a Sansa é extremamente aterrorizada pelo Sandor, e isso por si só já seria um motivo pra nem dar muita atenção ao ship. Mas não consigo. Pra mim, a Sansa traz o melhor que existe no Sandor a tona. O Sandor, de outro lado, mostra à garota que a vida não é uma canção e que ela deveria se acostumar com isso. É inegável que a interação dos dois personagens é de extrema importância para o desenvolvimento dos mesmos. Não consigo imaginar os dois juntos com a idade que a Sansa tem, mas lá no fundo gosto de imaginar que os dois ainda se encontram e rola alguma coisa Bela e a Fera entre eles (mesmo sabendo que isso é praticamente impossível depois do terceiro livro).

  • Sansa/Joffrey: Não dá pra jogar a culpa da maldade de um personagem em cima de tudo o que acontece ou aconteceu de ruim com ele. No caso, o Joffrey é ruim. Ele é ruim e não tem como discordar disso. Ele gosta de ver os outros sofrerem. E ver ele fazendo a Sansa sofrer é uma das piores partes que tem, pra mim. Não dá nem pra chamar isso de ship porque é doentio. A quantidade de situações perturbadoras em que ele consegue colocar os outros é ridícula. Matar o pai e fazer a filha olhar a cabeça do mesmo em uma estaca; bater e despir parte da garota no meio de centenas de pessoas, só por diversão; carregar ela até o noivo, no casamento, pois ela não tinha mais pai (que ele matou, é claro), por exemplo. Sem contar o fato da garota Stark estar sendo constantemente lembrada que mesmo que o casamento entre ela e o Joffrey havia terminado, ele ainda poderia colocar um filho na barriga dela, pois ele é o rei e o "the king does not ask, he commands". Nesse sentido, fiquei feliz ao ver/ler a morte de um personagem, porque Joffrey Baratheon (Lannister!) had it coming.
Acho que toda a série está dividida entre duas situações, essas situações, ou "mundos", ficam muito próximos em determinados momentos, e vai ter uma hora que eles vão se unir. Digo isso porque não tem como negar que tem o mundo mais fantástico — lá tem a Daenerys com os dragões, o Jon e todos da Muralha com os White Walkers, a Melisandre e toda a storyline ao redor dela (Stannis), a Arya e o No One, a Catelyn pós-ASOS etc, e essa é a parte favorita da grande maioria das pessoas. Mas do outro lado, a gente tem o mundo (quase) real, que é aquele todo o resto. As guerras e suas políticas. King's Landing e suas tramas. São os Lannisters, os Martells, os Tyrells, os Greyjoy... Basicamente, todo o resto que não se envolve (muito e na grande maioria da parte), ou envolveu, com aquele lado fantástico. É nesse lado da história que estão meus personagens favoritos, ou os personagens mais instigantes, na minha humilde opinião: Cersei, Margaery, Jaime, Sandor, Theon, Littlefinger, Sansa... Alguns desses personagens tem um desenvolvimento que parecem ser grandes ou têm impactos grandes na história (ex.: os arcs do Jaime e do Theon); os outros, aparentemente, têm impactos menores. Às vezes porque a gente não tem contato com um POV (point of view) dos mesmos, que é o caso do Littlefinger, Sandor e Margaery, e às vezes porque o desenvolvimento deles é muito mais interno do que externo. E a Sansa é um exemplo disso.



O desenvolvimento da personagem é interno e é lento, supostamente. A gente não pode esquecer que entre um livro e outro, apesar de serem gigantes, o espaço de tempo não é tão grande assim. Por esse motivo, é interessante perceber que em um período, no chute, de dois anos a personagem cresceu muito. Foi largando aos poucos os sonhos de criança e começando a enxergar o mundo como é: não tão colorido assim. Aprendeu, ainda mais, como agir e o que falar pra se manter "sã e salva". Tentou tirar o melhor que pode de toda a situação péssima pela qual ela teve que passar. Estar "presa" em Winterfell, com a família, como ela foi perceber mais tarde, era muito melhor do que estar presa no meio de pessoas das quais ela não gosta e que a matariam em um piscar de olhos.

A Sansa passou de Stark, pra uma bastarda. Deixou pra trás os cabelos ruivos típicos dos Tully, da sua mãe, e passou a ser morena. Tudo isso pra fazer parte de uma trama maior e que ainda tem muito o que se desenvolver, sendo a bastarda do Petyr, Alayne Stone. Ela perde a identidade dela, e se sujeita a isso, pelo simples fato do que ser Alayne era preferível do que ser Sansa. Era mais fácil fingir ser alguém novo do que ser Lady Sansa, da casa Stark, (que até onde ela acredita) a última do seu nome.

PS.: em um dos capítulos em que ela é Alayne e não Sansa, aconteceu uma das cenas que eu mais amei ler: ela reconstruindo Winterfell na neve. Foi muito bonito, tá? Se eu acreditasse em profecias, queria que ela fosse mesmo a responsável por tirar Winterfell das trevas depois de tudo o que aconteceu por lá. Como não acredito, e não dá pra ter muitas esperanças uma vez que a gente está falando de uma obra (de arte) de George R.R. Martin, só espero que, no fim das contas, ela consiga encontrar um lugar que passe 1/3 de aceitação, conforto, de sensação de pertencer a algum lugar, que Winterfell passava.

Não tem como explicar o porquê da gente gostar mais de um personagem que outro. É sempre muito mais fácil explicar o porquê da gente desgostar de um personagem, não importe o quão falhos nossos argumentos possam ou não parecer. Acho que no final das contas, meu amor pela personagem nasceu do simples fato de eu gostar de personagens que passam a maior parte do tempo se dando mal (preciso de um estudo sobre isso); personagens que acordam pra vida e você pode acompanhar eles crescendo de uma realidade fechada e bobinha, pra uma realidade crua e muitas vezes dolorosa. Acabo me tornando super protetora com esses personagens (geralmente mulheres) e sinto a necessidade de defender eles... Acho que foi por esse motivo, além das metas, que comecei a amar a Sansa. 

Creio que poderia ter escrito mais, desenvolvido mais o pensamento em outros plots e interações, mas acho que o essencial está aqui. Espero que eu tenha feito jus a personagens pela qual eu tenho a maior consideração e é a minha favorita das favoritas. SANSA STARK, QUEEN IN THE NORTH (deixa eu brincar sobre ela sendo feliz um pouco...).

Aqui vai algumas metas que achei interessante deixar pra uma segunda análise: In Defense of Sansa Stark, Sansa Stark: Developing Child-Woman, Why Sansa Stark is a Strong Woman (e tem diversas outras aqui).

E é claro, antes de eu terminar, deixa eu postar uma ilustração feita pela Irena Freitas (que em breve terei estampada em uma camiseta!!!), que, além de ser uma graça, basicamente fala por si só:


3 comentários

  1. ASSINANDO EM BAIXO DE TUDO NESSE POST (só não sou shipper de SanSan, hahaha :P)

    Eu amo quando as pessoas dizem:

    "AFF MAS A ARYA SABIA QUE O JOFF ERA MALA E FOI SUPER BADASS COM ELE"

    Como se a Arya estivesse em alguma posição de dar A MÍNIMA pra o que qualquer pessoas achasse dela, muito diferente da Sansa que tinha que causar um boa impressão por apenas estava sendo vendida em casamento para ser a futura rainha de Westeros.

    Ou dizem:

    "AI ELA FOI TONTA DE TER IDO CONTAR TUDO PRA CERSEI E O NED MORREU POR CAUSA DISSO"

    Sendo que A) Ned já tinha contado tudo pra Cersei muito antes de Sansa B) O quão idiotas são os pais dessa menina que mandam ela pro meio de um ninho que cobras e não avisam nada pra filha.

    Mas o que eu MAIS AMO é quando as pessoas ficam com ódio quando Sansa resolve que não quer perder sua virginidade com um anão sem nariz que faz parte de uma família que já praticou nela todo tipo de abuso psicológio e físico. Porque realmente né, que menina de 13/14 anos ia querer passar uma oportunidade maravilhosa dessa????


    P.S.: chorando de amor meu desenho tá ilustrando o post :')

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    1. Exatamente! Elas duas são super diferentes e querer comparar elas chega a ser ridículo. A morte do Ned tá mais nas mãos do Joffrey, porque até a Cersei percebeu a estupidez do filho, do que no de qualquer outra pessoa, além da do próprio Ned, é claro.

      E me ferve demais o sangue, e ferveu muito no último episódio, a quantidade de ódio que sentiram pela Sansa porque ela não quis nada com o Tyrion. Como se ela, por obrigação, tivesse que querer qualquer coisa com ele. Ugh.

      Melhor desenho pra demonstrar meu amô~, hahaha.

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  2. Jaimie e Cersei são gêmeos bivitelinos, mas Tyrion e Cersei são almas gêmeas quando se trata de serem autodestrutivos. Tyrion Lannister nunca gostou realmente da meretriz Shae. Ele só estava realizando mais uma vez a sua fantasia sexual sobre Tysha. A luxúria, a ganância e a gula de Tyrion Lannister superar qualquer moralidade, compaixão e bom senso. Tyrion Lannister sempre foi um idiota, arrogante, orgulhoso, prepotente, imprudente, machista e misógino segundo a minha namorada. O máximo que Tyrion conseguirá na vida é uma doença venérea ou uma cirrose.

    Tyrion não passa de um tolo. Cedo ou tarde, ele vai irritar a pessoa errada e vai encontrar a sua ruína.

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Maira Gall