quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pés doloridos, ou uma outra quinta-feira

Às vezes a gente sente inspiração de coisas aleatórias. Já senti inspiração depois de ver gente caindo tombo e derrubando batatas, ou de noites onde a mente não quis parar quieta. São coisas normais, mas que por algum motivo acabam virando posts na websfera.

A inspiração do dia veio dos meus pés doloridos. Eles estão doloridos agora. Na verdade mesmo, eu acho que eles estão é cozidos. Não sei o que me levou a crer que seria uma boa ideia usar botinha hoje. Talvez seja porque o dia começou com um arzinho fresco. Não sei. Só sei que me arrependi, é claro. Tive que dar umas voltas e fui parar algumas quadras longe do meu trabalho, depois de subir e descer morros... Lombas... Ou seja lá qual for a palavra que vocês usam onde vocês moram.

Caminhei usando preto, e só preto, embaixo de sol. Morrissey e seu I wear black on the outside 'cause black is how I feel on the inside estariam orgulhosos de mim hoje. (diga-se de passagem, acredito que o cantor estaria orgulhoso de mim durante muitos dias e por muitos acontecimentos dessa vidinha sem graça) Quem não ficou orgulhoso de mim foi meu corpo sedentário. Muito menos minhas paranóias, já que a cada quadra eu tive que olhar pra trás só pra ter certeza que um homem que não me passou nada além de vibes ruins tinha ficado perdido no caminho.


Depois de fazer minhas voltas, tive que ir embora. Não tinha mais tempo de voltar pro escritório. Querendo me atirar num mar que não tenho acesso, corri desesperada morro acima pra tentar pegar um ônibus, e ir pra casa, e tirar aquelas malditas botas, e colocar o pé no chão geladinho, E COMER!!! Fiz isso, da forma como mandava a ordem natural das coisas. Abri as janelas. Peguei um ventinho. Nunca fiquei tão feliz por "pegar um ventinho". Enchi a barriga com uma massa e uma carne mais que especial feita pelo papai. Enchi muito a barriga. E ainda finalizei com bolachinha Bono de Doce de Leite. É a melhor Bono. 

Na hora de voltar pra labuta, perdi o ônibus. Algo reminiscente de todas as tentativas falhas da vida, né? "Estou pronta!... Perdi o ônibus." Fazer o quê, 'contece. 

Segui o rumo ao som dos brasileiríssimos queridos da vez. Por sinal, meu rumo tem sido acompanhado de uma trilha sonora cheia de Brasil e Interpol. Não é à toa que eu queira um mar pra me atirar. Banda do Mar e tal. É ao escutar esse tipo de som, combinado com a dor nos pés + a preguiça de interagir em redes sociais + a vontade de ler tudo e assistir ainda mais, que eu percebo que quero escrever sobre isso. 

Sobre dores nos pés, e a deliciosa sensação de chegar em casa depois de dias cansativos. Sobre desligar a wi-fi e não saber o que acontece nas redes -- ao menos não de uma maneira sufocante como sempre. Sobre perceber a quantidade de gente linda, querida, e interessante que eu tenho ao meu redor. Que entendem sejam lá quais forem meus motivos pra sumir, resguardar ou pirar, e que aceitem e que ainda me chamem pra fazer maratona de Friends com "isso deve ser muito bom!" e risadas. Ou me chamem pra beber cerveja. (embora até cerveja meu corpo ande repugnando). Ou me mandem vídeos de cachorros porque sabem que eu vou ter um meltdown. É sobre cabelos lavados secando com a ajuda do sol e do vento. E dividir o pote de pipoca em metade doce e metade salgada. Ou usar alpargatas.

É sobre se sentir ótima, mas quieta, meio velha, meio torta. Meio ver o sol nascer vermelho. Meio eu preciso de alguma coisa nova pra escutar.


É.

Acho que esse é um post sobre sobres, dores e quase-amores (ou amores inteiros, porque eu estou amando o Camelo).

E que termina com quase-inspiração, porque meus pés estão quase bons novamente. Tão bons que eu estou considerando dançar 12 de Maio sozinha pelo quarto.

4 comentários

  1. Seu post me lembrou do dia, há uma semana, em que minha chefe pediu que eu fosse fazer a medição de duas salas comerciais no centro (e eu não trabalho no centro). De boa, peguei o ônibus e fui, só que o ponto era bem longe do edifício em que eu precisava ir e andei quadras e quadras calçando sapatilhas novas. Dá pra imaginar o estado dos meus pés depois disso? Não, nem queira! Cheguei em casa, chutei as sapatilhas e plantei os pés no chão geladinho com o melhor suspiro de alívio de que dispunha. Acho que poucas sensações são tão boas quanto se livrar de um sapato incômodo, rs.

    Obrigada pela visita lá no blog, adorei aqui também! ♥
    Um beijo!

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    Respostas
    1. Sapatilhas, pra mim, é um dilema eterno. Amo, acho fofo, mas tem coisa mais desconfortável? (ou só eu que não dou sorte). Hahahahah.

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  2. essa música é tão amorzinho e combinou perfeitamente com o post. eu adorei.
    Ana, eu te indiquei num meme super divertido no meu blog que, se quiser, pode fazer em formato de vídeo. eu adoraria que você fizesse!
    http://bonsoirduda.blogspot.com.br/2014/09/taylor-swift-book-tag.html

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Maira Gall