quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pessoal, perdido e idiota

Eu ando sem ideia e sem tempo de parar pra pensar em escrever algo pra esse meu blawg querido. Ai fui passear por um blog pessoal basicamente morto de outras épocas. 
E aí que decidi compartilhar um dos textos mais idiotinhas e sem noção que eu já escrevi. 
E percebi que a vida anda idioticamente quase a mesma.


"Mas logo eu, logo eu que sempre tenho alguma coisa desnecessária e fora de contexto pra dizer, estou aqui sem nem saber como começar um post que há muito tenho tentado escrever (nove dias é tempo demais).
Logo eu que nunca tenho certeza de nada, descobri, ou melhor, confirmei algo que eu já, de fato, desconfiava. E mais: nós somos tão idiotinhas.
Tão, tão, tão idiotinhas. Um dia eu hei de olhar pra trás e querer esmagar a minha cabeça oca na parede pra ver se eu paro de ser idiotinha que nem todos os idiotinhas que aparecem ou desaparecem ou reaparecem na minha, na tua, na nossa vida.
E não, ei! Não me leve a mal, eu-do-futuro, não estou falando da forma que tu age não. Ou da forma que os outros idiotinhas agem também. Que isso! Estou falando daquilo que tu deixa de fazer ou falar ou sentir por puro medo de abrir mão de qualquer coisa que tu acha que tenha. Ou me leve a mal mesmo, eu não ligo. Estou falando daquilo que tu faz mas faz pela metade pelo mesmo medo de abrir mão de algo que tu acha que tenha. Ou vai ver medo nem seja a palavra certa.
Mas entenda, meu eu-do-futuro: tá tudo bem. De verdade.
E daí que tenha dias que tu não tá nem aí e faz tudo atravessado? Tua mente é assim mesmo. E daí que tenha dias que tu tá tão aí que tu não consegue, ou quer, fazer nada e fica num canto observando tudo e todos? Tua mente é assim mesmo. E daí que não deveria ter tantos "e daís"? Relaxa. Vai tudo ficar bem. Não se sinta tão mal por coisas que tu mesmo criou nessa tua cabeça oca -- oca e insistente. Ou sinta-se mal! Tanto faz. Tudo é mais bonito e profundo em dias tristes. Mas nesses tristes leves. Nesses tristes que até possam tirar teu sono, mas que não seja nada comparado aos teus medos idiotinhas porém bem fundamentados. Sentir qualquer coisa é melhor (será?) do que sentar ao lado da tua velha conhecida apatia. E por falar nessa amiga de longa data, criei toda uma conspiração d'o porquê da gente ter se conhecido e ficado tão próximas uma da outra. Mas é algo que ainda tem que ser desenvolvido na mente pra passar pras letras. E quem disse que a mente deixa você desenvolver algo, eu-do-futuro?
Vem aqui, vamos conversar sobre como é aceitável sentir-se fora do eixo uma vez que outra.
E vem aqui, vamos conversar sobre como você e todos esses outros idiotinhas que você conhece estão sempre desesperados por tudo ao mesmo tempo. 
Vocês, seus idiotinhas, vocês não sabem o que querem! Não. Não falem nada. Eu não quero ouvir. Eu sei que é verdade. Vocês não fazem a m-í-n-i-m-a ideia do que vocês querem. E tá tudo bem! É sério.
Vocês vão passar por uns períodos estranhos, cheios de tudo e cheios de nada. Vão fingir que têm o poder de todo o futuro na mão de vocês. Ou vão fingir que vocês não têm poder de nada. Tá tudo bem. Confusão é mesmo inerente à vida. 
E vocês, nessa idade, querendo tudo, sentindo tudo, sentindo nada, querendo nada, querendo alguém e buscando desesperadamente por esse alguém porém sem perceber, e querendo liberdade e buscando desesperadamente por liberdade porém sem perceber que isso é mais agoniante que qualquer outra coisa... Ah... Vocês nessa idade estão sempre abertos às milhares de oportunidades de simplesmente quebrarem a cara. And go for it. Vai ver vocês aprendam algo. Ou pelo menos se divirtam no meio do caminho. Não faz diferença se vocês saírem um pouco mais crianças, ou mais maduros, ou mais machucados,  ou mais compreensíveis no final da experiência. A ideia, aqui, é sempre criar uma nova perspectiva. 
E, sua idiotinha, eu-do-futuro, continue criando abismos existenciais entre o que tu é e o que tu que ser e o que tu era e... Just go for it. E não fique se desculpando. Aprende a ficar quieta e pedir zero desculpas pela forma que tu escolheu e como escolheu lidar com toda essa tua mente e esse período turbulento da tua vida (acredite, eu-do-futuro, você não pode estar sozinha. Afinal, olha ao redor pr'os outros idiotinhas).
Não sinta-se culpada por não querer ficar em casa e querer conhecer gente nova e se divertir e dançar em cima de palcos e beber e chorar e ficar com raiva mas dar risada porque, ahhh, sua idiotinha, você finge que não sente nada. 
Não sinta-se culpada, também, por não querer ver ninguém e querer se afogar em Coca-Cola assistindo filmes e seriados até as quatro horas da manhã ou ficar sem pisar na calçada nos longos e lindos dois dias que você tem livre de toda a realidade esmagadora que te acompanha de Segunda à Sexta. 
Não sintam-se culpados, idiotinhas, por não saberem o que querem. Ou por quererem tudo. Ou por não terem noção do que estão fazendo. Ou por terem noção. Ou por fazerem tudo ao contrário do planejado. Ou por se sentirem sozinhos. Ou por se sentirem felizes. Ou tristes. Ou perdidos. Ou por quererem todo mundo. Ou por não quererem ninguém. 
Imagina que chatice seria ser estável? Trabalhando a mente pra entender a mente e entender a mente dos outros, também. 
Como nós somos idiotinhas e iludidos. Nós nunca vamos nos conhecer. Ou conhecer os outros. Ou entender os outros. Ou saber o que os outros querem. 
Mas nós podemos tentar. E fingir. E brincar de sentir e dizer "ahhh, eu quero você, seu idiotinha que não tem a mínima ideia de onde está". E brincar de imaginar você e algum outro idiotinha falando besteira enquanto o sol baixa em algum lugar qualquer e confortável. E brincar de conspirar em como você gostaria de quebrar uma garrafa na cabeça desse mesmo idiotinha. Ou idiotinhas. Ou na sua. Ou de fugir ou de sumir. 
Ahhhhhhh. Como faz pra entender a mente de gente idiotinha mesmo? Afinal, eu acabei novamente me perdendo no contexto."

2 comentários

  1. Acho incrível voltar a esses textos antigos e perceber que não mudou muita coisa. E engraçado o quanto a gente continua aprendendo com o passado dessa forma. Por exemplo, seu eu-do-passado acabou me dizendo coisas legais e que eu precisava ouvir.
    Beijo

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    1. As coisas mudam, mas no fundo continuam sempre as mesmas.
      Fico feliz que meu eu-do-passado-mas-muito-presente poder ter te ajudado um pouco. :3

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Maira Gall