Foi no auge, e um auge já estagnado, do livro A Culpa é das Estrelas do John Green que eu decidi dar uma chance pro livro do cara.
Fui toda receosa e já expliquei, não muito eloquentemente, aqui, tudo o que pensei, não pensei e passei quando peguei o livro azulzinho (emprestado de uma amiga) na mão em Fevereiro.
Como prometido, eu assisti a adaptação no cinema. Só não na estreia, como era planejado.
E apesar de não saber o que esperar, porque a vida já me ensinou pra baixar a bola quando se trata de adaptações (afinal, eu sou fã d'As Crônicas de Gelo e Fogo), dei a mão pra R'hllor e entrei na sala de cinema com um litro de Coca-Cola pra assistir o filme.
Uma coisa: eu nunca fui de chorar com livro. Na real, eu nunca chorei com livro. O máximo que consigo é ficar com os olhos marejados mas que não permanecem por muito tempo já que o que eu realmente quero é continuar a história e não ter um meltdown.
Já pelo contrário, filmes e seriados levam os meus meltdowns pra outro nível. Até hoje lembro com muita clareza que assisti a season finale da sétima temporada de Grey's Anatomy na sexta-feira a noite com uma amiga, e Sábado de manhã eu ainda estava toda inchada de tanto chorar.
Então quando entrei pra assistir o filme, eu não esperava nada menos que isso. Um meltdown catastrófico.
E eu fiquei realmente surpresa quando isso não aconteceu.
A adaptação conseguiu passar tudo o que o livro pretendia. Shai e Ansel (de quem eu não curti muito as fuças no início de tudo) entregaram pra nós uma Hazel e um Gus que ninguém poderia fazer melhor. Deu pra perceber que todos envolvidos ali estavam realmente comprometidos a fazerem jus a todo o hype que o livro foi. Ou é.
Toda a vibe, por falta de uma palavra melhor, a trilha sonora, a atuação, a simplicidade do filme, não poderiam ser mais bem escolhidos e corretos do que foram.
No lugar do meu meltdown, eu escutei fungadas de moças e marmanjos numa sala de cinema cheia de casaiszinhos que tentavam se recompor do que assistiam.
No lugar do meu meltdown, eu deixei escorrer duas lágrimas quando a Hazel ficou feliz pelos pais dela estarem planejando um futuro. Sempre tive e sempre vou ter problemas com qualquer temática família/doença, porque isso mexe comigo. Muito mais que qualquer Gus-do-livro ou Gus-da-telona pudessem fazer.
Foi entre choros, dublagem de frases antes que elas acontecessem e risadas (acho graça só de lembrar "It's always dark for Isaac") que eu e minha amiga saímos da sala de cinema. E saímos pra perceber que todo mundo que deixava a sala, estava com a mesma sensação meio-amarga. Uns até direto pro banheiro pra tentar ajeitar o rosto vermelho de chorar. Algumas com maquiagem na orelha.
Mas pra mim, eu deixei a sala com a mesma sensação que terminei o livro. A vida não faz sentido, e ela tá sempre preparada pra puxar nosso tapete. Um dia tá tudo bem, no outro dia não. E apesar de ter que viver com essa incerteza que é a vida, a gente tem que viver da melhor maneira que pode, mesmo sabendo que podemos quebrar a cara ou sermos deixados para trás a qualquer momento.
A única pena é que nem todo mundo lida bem com isso.